
Gestão de Resultados, Leadership Club, Liderança
Liderar com Propósito ou com foco em Resultados: O Falso Dilema
Carlos Felippe Cardoso
| 25 de setembro de 2025
Desde que ajudei a fundar o Knowledge Group, sempre falamos muito da importância, para nós fundadores, de criar um negócio que fosse além apenas do resultado financeiro puro e simples, no estilo “Lobo de Wall Street”
Mas, volta e meia, me deparo com clientes vivendo um dilema parecido: querem liderar com propósito, mas “afrouxaram” na gestão por resultados.
E não é raro ouvir frases como:
“CFC, sinto que estou sempre tendo que escolher entre liderar com propósito ou cobrar resultado. Parece que uma coisa exclui a outra na cabeça do time. Era mais fácil liderar só com metas duras.”
Essa é uma armadilha comum.
Muitos líderes acreditam que alinhar causa e performance é um jogo de soma zero: se puxo muito de um lado, perco do outro.
Mas isso é um falso dilema. Há muitas referências bibliográficas que já exploraram o tema sob diferentes óticas, como: 1, 2 e 3 (indico mais algumas no fim do texto).
Gestão com propósito e gestão por resultado não são opostas. Elas são complementares.
1. Propósito é o que alinha. Resultado é o que sustenta.
Se você liderar apenas pelo resultado, seu time pode até entregar, mas sem engajar. É a lógica de “empurrar produto” no cliente só pra fechar a meta do mês.
Se liderar apenas com propósito, pode engajar, criar um storytelling lindo… mas não entregar resultado nenhum. E a empresa sangra.
Grandes lideranças sabem equilibrar os dois.
O “porquê” conecta, o “quanto” direciona. Nada é de graça, e a conta precisa fechar. É o famoso ganha-ganha.
2. Propósito não é poesia. Resultado não é frieza.
Um erro comum é achar que propósito é baboseira, greenwashing ou discurso motivacional vazio. Mas o verdadeiro propósito orienta a estratégia, as escolhas e também o que não fazer.
E o resultado também não é só métrica frívola. É a materialização de que o propósito está sendo vivido na prática. Vira um instrumento de priorização.
3. Empresas que têm um “porquê” forte sustentam melhor o “como” e “o quê”.
Simon Sinek já fala nos livros “Comece pelo Porquê” e “O Jogo Infinito”: líderes que conectam o dia a dia do time a um sentido maior atravessam crises com mais coesão e comprometimento.
O jogo não é só a meta a bater neste ano. É construir uma empresa coerente, feita para durar muitos anos mais.
4. Onde está o desalinhamento no seu time?
Se o time não entrega, pode estar faltando clareza de objetivos e metas.
Se entrega, mas sem “brilho no olho”, pode estar faltando propósito.
Nosso papel como lideranças é diagnosticar isso e equilibrar a balança.
Em geral, nenhum dos extremos será saudável pro negócio.
A reflexão final que quero deixar é que:
Precisamos parar de escolher entre ser “o líder inspirador” ou “o líder de resultado-faca-na-caveira”. Seja os dois.
Porque no fim do dia, a liderança que a gente mais admira é aquela que toca corações e move ponteiros.
📚 Recomendações de leitura:
- Comece pelo Porquê – Simon Sinek
- Empresas Humanizadas – Raj Sisodia, David B. Wolfe e Jagdish N. Sheth
- Capitalismo Consciente – John Mackey (Whole Foods) e Raj Sisodia
- O Jogo Infinito – Simon Sinek
- Empresas Feitas Para Vencer – Jim Collins
- TED Talk: Lucros não são sempre o objetivo: Harish Manwani (ex-COO da Unilever)
E se quiser conversar sobre esse ou outros temas, pode me chamar para um papo: LinkedIn | Telegram
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Carlos Felippe Cardoso
Co-founder & CEO da Nower e K21. Autor do Leadership Club. Palestrante nos maiores eventos de Agilidade e Product Management do Brasil e da Europa, tem mais de 15 anos de experiência em Transformação Digital e Liderança, especialmente no C-Level. Já ajudou a transformar empresas como UOL, PagBank, Itaú, C&A e Banco Carrefour.
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