
Eficiência Operacional, Gestão de Resultados, Gestão Estratégica, Transformação Digital
Governança para (muito) além de reuniões
Fernanda Magalhães
| 25 de setembro de 2025
Tem palavras que a gente ouve por aí, soam importantes, são imponentes, cheias de conteúdo, parece até que a gente fica mais inteligente quando usa. Mas, ao mesmo tempo, elas também carregam um quê enigmático, intangível e pouca ação.
Governança foi uma dessas palavras para mim, durante muito tempo. Parecia algo muito amplo, distante e etéreo, que vivia aparecendo em apresentação de PowerPoint com milhões de slides e ninguém sabia como usar na prática.
Ou pior: até usavam na prática, mas sempre como sinônimo de “reunião”.
“Temos que botar uma governançazinha aqui para alinhar isso” ou então “a nossa governança não está funcionando”, era o mesmo que dizer que a gente tinha que criar mais uma reunião para resolver alguma coisa ou que alguma reunião não estava sendo efetiva.
Comecei a me incomodar (positivamente) com esse mau uso da palavra, e fui atrás para desmistificá-la. Segue o fio e vem comigo.
Governança – os elos de uma corrente
A primeira coisa que aprendi – e que mudou meu entendimento sobre esse conceito completamente – é que para cada problema de gestão que você tem no dia a dia, precisa existir um mecanismo que dê conta dele.
Pensa assim: se o seu time está reclamando que a informação não flui e não chega até ele de forma clara (um clássico corporativo), o que você tem de ferramenta para resolver isso?
É como pensar nos elos que formam uma corrente contínua: dois elos se conectam — um deles é o seu problema organizacional, e o outro é o mecanismo para resolver aquele problema.

Para cada problema deve existir um mecanismo para resolvê-lo.
A governança é o fluxo sanguíneo da sua empresa
Imagina o seu corpo humano. Ele é formado por vários sistemas (circulatório, digestivo, nervoso etc.), que têm funcionalidades e órgãos específicos. Porém, eles funcionam de forma interdependente, de modo que, se der problema em algum dos sistemas, inevitavelmente irá impactar os outros.
Acima de tudo, para funcionarem com qualidade, eles dependem de uma coisa essencial para levar a informação para todos os cantos: o sangue.
A governança é exatamente isso na sua empresa. É como um fluxo sanguíneo que garante que a informação chegue onde precisa, leva nutrientes, hormônios, oxigênio, além de recolher produtos residuais e ajudar na defesa do organismo como um todo.
Assim, ele contribui para que todas as partes possam trabalhar em sua potência máxima e de forma equilibrada.

A Analogia do Corpo Humano x Organizações.
Três pilares essenciais de uma governança estruturada
Observei também ao longo do tempo que uma governança saudável e equilibrada se apoia em três pilares essenciais: estratégia, coordenação de esforços e pessoas.
Essas três coisas se retroalimentam. Não dá pra pensar só em um e esquecer os outros. É um quebra-cabeça que só funciona se todas as peças estiverem conectadas e, claro, se tiver “sangue” correndo por elas.

Os 3 pilares para a governança parar de pé
Estratégia
Dá a direção e a visão para a organização. É nela que estão as prioridades do negócio e a clareza de onde queremos chegar naquele momento.
Precisa estar bem definida e comunicada para todas as partes. É o ar que as pessoas respiram (ou deveriam…).
Coordenação de Esforços
A partir de uma estratégia clara e bem definida, as áreas, departamentos e times começam a se coordenar para, então, começarem a tracionar os resultados.
É aqui que moram os mecanismos de:
- redução de dependências,
- formação de times,
- painel de métricas etc.
Transformação e Pessoas
No entanto, não há estratégia que se sustente e resultado de impacto se as pessoas envolvidas não estiverem preparadas para tal.
Elas precisam estar empoderadas, com autonomia e poder de decisão, rodando numa batida que impulsione o dia a dia e as entregas.
Assim, as pessoas precisam ser desenvolvidas numa dinâmica de trabalho que promova esse ambiente de resultados e alinhamento estratégico.
Governança não é só reunião
Um dos nossos maiores “clicks” navegando por esse tema foi que aquilo que compõe uma governança não são SÓ reuniões.
Os artefatos da governança são quaisquer ferramentas que garantam que a informação flua e favoreça a comunicação. Pode ser:
- Um relatório chave;
- Um painel de controle;
- Um boletim com informações importantes;
- Um ritual de coordenação entre times;
- Um quadro de gestão visual bem utilizado.
Se a sua combinação de estruturas e mecanismos de governança não estão ajudando a olhar para estratégia ou a gerar resultado, volte duas casas e repense sobre as suas engrenagens. Há sempre espaço para evolução.
Criando Seu Mapa de Governança (Inputs, Artefatos e Outputs)
Nosso caminho de aprendizado culminou na criação de um “mapa de governança”. Pense nele como o seu roteiro de viagem para a gestão da organização.
Ele é um framework exclusivo que conecta os problemas (Inputs) com os artefatos/mecanismos, gerando os benefícios que queremos alcançar (Outputs).
- Inputs: São os problemas organizacionais identificados.
- Ex: fluxo de informações confuso, desconhecimento das dores dos clientes.
- Artefatos: São as engrenagens que você utiliza para endereçar os problemas.
- Ex: Estrutura Organizacional, Gestão de Portfólio, OKRs, Reuniões de Release.
- Outputs: São os impactos que você quer gerar.
- Ex: Eficiência operacional, necessidades dos clientes atendidas, qualidade de vida para o colaborador.
Construir esse mapa leva tempo e não é trivial. É um processo de aprendizado contínuo, de experimentação, de ver o que funciona e o que não funciona.
E o mais importante: esse mapa precisa de um “dono” para garantir que ele esteja sempre vivo, evoluindo e nos impedindo de voltar aos velhos hábitos.

Governança – Artefatos Gerais
A governança é o que dá forma para a sua estrutura e, essa, por sua vez, molda a sua cultura organizacional.

Resumo
Conclusões
No final das contas, Governança é sobre como a sua organização joga o jogo, toma decisões e alcança seus objetivos.
É um modelo de gestão que, se bem desenhado e alimentado, pode ajudar todo mundo a jogar um jogo mais claro e com maior potencial de impulsionar a organização.
São como as engrenagens de um grande sistema que precisa estar com o óleo e a manutenção em dia.
👉 E aí, que tal começar a repensar a “governança-zinha” do seu dia a dia? Conte pra gente nos comentários como você tem feito o seu “fluxo sanguíneo organizacional” circular por aí!
E não custa lembrar: ninguém é peça da engrenagem. A gente opera a engrenagem.
Conheça nossos serviços de Value Management Office e Gestão da Mudança Organizacional, com eles podemos transformar a governança na sua organização em um modelo de aceleração dos seus resultados.
Agora é com você. 😉
Até a próxima!
Compartilhe:

Fernanda Magalhães
Consultora na Nower e Trainer na K21. Atravessei o portal da agilidade em 2011. Do lado de cá, eu olhava pro lado de lá, e me questionava porque não estávamos todos juntos nesse novo mundo que estava logo ali! Desde então, comecei a me dedicar, estudar, experimentar e a ajudar as pessoas a fazer a travessia, pouco a pouco. Porque do lado de cá tem uma energia única, alguma mágica acontece. E eu não podia guardar isso só pra mim. E aí, bora atravessar?
Siga-nos:
Visão geral dos tópicos abordados neste artigo.
Veja mais
Nossos escritórios pelo mundo:
Brasil
Phone: +55 21 99779-4585
comercial@nower.global
EUA
Phone: +1 561 631 3255
info@knowledge21.com
Espanha
Phone: +34 674 575 179
contacto@k21.global
Portugal
Phone: +351 912 310 701
informacoes@k21.global